14 outubro 2010

Holocausto Cigano – Ontem e Hoje

Esta Matéria está na íntegra, foi retirada do blog  http://holocausto-doc.blogspot.com/ 

Em 1496: auge do pensamento “humanista”. Os povos rom (ciganos) da Alemanha, são declarados “traidores a los países cristianos, espías a sueldo de los turcos, portadores da peste, bruxos, bandidos e sequestradores de crianças”.
1710: século “das luzes e da razão”. Um édito ordena que os ciganos adultos de Praga sejam ahorcados sem julgamento. Os jovens e as mulheres são mutilados. Na Bohemia, que lhes sejam cortada a orelha esquerda. Na Moravia, a orelha direita.
1899: clímax “da modernidade e do progresso”. A polícia da Baviera cria a Seção Especial de “assuntos ciganos”. Em 1929, a seção foi elevada à categoria de Central Nacional, e traslandada para Munique. Em 1937, se instala em Berlim. Quatro anos depois, meio milhão de ciganos morrem nos campos de concentração da Europa central e do leste.
2010: fim das “metanarrativas” e das “ideologias” (sic). Na Itália, (onde nasceu a “razão do Estado”), e na França (sede mundial da reunião intelectual), os gabinetes em exercício de ambos os governos (com forte apoio popular, ou seja, “democráticos”), ficham e deportam milhares de ciganos para a Bulgária e Romênia.
A tragédia dos Roma começou nos Balcãs. Qual drama europeu não começou nos Balcãs? Em meados do século XV, o príncipe Vlad Dracul (o Demônio, um dos heróis nacionais na resistência contra os turcos), regressou de uma batalha devedora na Bulgária com 12 mil escravos ciganos. Por certo... não era cigano o misterioso cocheiro do conde Drácula?
O doutor Hans Globke, um dos redatores das leis de Nuremberg sobre a classificação da população alemã (1935), declarou: os ciganos são de sangue estrangeiro. Extrangeiros de onde? Sem poder negar que “cientificamente” eram de origem ária, o professor Hans F. Guenther os classificou numa categoria à parte: Rassengemische (mistura indeterminada).
Em sua tese de doutorado, Eva Justin (assistente do doutor Robert Ritter, da seção de investigações raciais do Ministério da Saúde alemã), afirmava que o sangue cigano “era enormemente perigoso para a pureza da raça alemã”. E um tal doutor Portschy enviou um memorando a Hitler sugerindo-lhe que eles sejam submetidos a trabalhos forçados e a esterilazação em massa, porque punham em perigo “o sangue puro do campesinato alemão”.
Qualificados como “criminosos inveterados”, os ciganos começaram a ser determinados em massa, e a partir de 1938 os internaram em blocos especiais nos campos de Buchenwald, Mauthausen, Gusen, Dautmergen, Natzweiler e Flossenburg.
Num campo em sua propriedade de Ravensbruck, Heinrich Himmler, chefe da Gestapo (SS), criou um espaço para sacrificar as mulheres ciganas que eram submetidas a experimentos médidos. Esterelizaram 120 crianças zíngaras. No hospital Dusseldorf-Lierenfeld esterilizou-se as ciganas casadas com não ciganos.
Mais milhares de ciganos foram deportados da Bélgica, Holanda e França ao campo polonês de Auschwitz. Em suas Memórias, Rudolf Hoess (comandante de Auschwitz), conta que entre os deportados ciganos havia velhos quase centenários, mulheres grávidas e um grande número de crianças.
No gueto de Lodz (Polônia), as condições ficaram tão extremas, que nenhum dos 5 mil ciganos sobreviveu. Trinta mil mais morreram nos campos poloneses de Belzec, Treblinka, Sobibor e Maidaneck.
Durante a invasão alemã à União Soviética (Ucrânia, Crimeia e os países bálticos) os nazis fuzilaram em Simferopol (Ucrânia) 800 homens, mulheres e crianças na noite de Natal de 1941. Na Iugoslávia, executava-se por igual a ciganos e judeus no bosque de Jajnice. Os campesinos recordam todavia dos gritos das crianças levadas aos lugares de execução.
Segundo consta nos arquivos dos Einsatzgruppen (patrulhas móveis de extermínio do exército alemão), haviam sido assassinados 300 mil ciganos na URSS, e a 28 mil na Iugoslávia. O historiador austríaco Raul Hilberg, estima que antes da guerra viviam na Alemanha cerca de 34 mil ciganos. Ignora-se o número de sobreviventes.
Nos campos de extermínio, só o amor dos ciganos pela música foi às vezes um consolo. Em Auschwitz, famintos e cheios de piolhos, juntavam-se para tocar e alentavam as crianças para dançar. Mas também era legendária a coragem dos guerrilheiros ciganos que militavam na resistência polonesa na região de Nieswiez.
“Também eu tinha / uma grande família / foi assassinada pela Legião Negra / homens e mulheres foram esquartejados / entre eles também pequenas crianças” [versos do hino Roma, Gelem, gelem (Caminhei, caminhei)].
As exigências de assimilação, expulsão ou eliminação (não necessariamente nessa ordem) justificariam a afición dos povos Roma pelos talismanes. Os ciganos levam três nomes: um para os documentos de identidade do país onde vivem; outro para a comunidade, e um terceiro que a mãe musita durante meses ao ouvido do recém-nascido.
Esse nome, secreto, servirá como talismã para protegê-lo contra todo o mal.


DEPOIS DA GUERRA
Depois da guerra, os países aliados dissolveram o Estado nazi alemão e seus jerarcas foram julgados por crimes contra a humanidade (Nuremberg, 1945-1946). Em inícios de 1950, quando começou a negociação das indenizações pelo Holocausto, o novo Estado alemão estimou que só os judeus tinham direito a elas.
Sem organizações políticas que os defendessem, os povos Roma(ciganos) foram ignorados e excluídos. O governo democratacristão de Konrad Adenauer afirmou que as medidas de extermínio tomadas contra os ciganos antes de 1943, eram “políticas legítimas do Estado”. Mas os sobreviventes a este ano tampouco cobraram um centavo.
A polícia criminal da Bavária ficou como responsável dos arquivos do doutor Robert Ritter, o especialista nazi sobre os Roma que não foi condenado. Ritter retornou à atividade acadêmica e em 1951 se suicidou. Recentemente em 1982, el canciller socialcristão Helmut Kohl reconheceu o genocídio dos Roma. Em tempo: a maioria que houvera tido direito à restituição já havia morrido.
Contudo, a ira da Suíça contra os yenishes (assim chamam os ciganos no país de Heidi) foi mais... discreto? Durante cerca de meio século (desde 1926), com ajuda da polícia e do clero, a Obra de Assistência às Crianças da Carretera, da muito respeitável Fundação Pró-Juventute, arrancou de suas famílias mais de 600 crianças ciganas.
O doutor Alfred Siegfried (1890-1972), diretor e fundador da obra, foi um sicópata ferozmente decidido a “vencer o mal do nomadismo”. Num informe sobre suas atividades (1964), Siegfred afirmou que “...o nomadismo, como algumas enfermedades perigosas, é transmitido principalmente pelas mulheres... todos os zíngaros são maus, mentem, roubam...”.
O financiamento oficial se manteve até 1967, e em 1973 a “obra” se dissolveu. Mas, de acordo com uma lei de 1987, tudo o que foi relativo a seus experimentos médicos com crianças ciganas poderia ser revisado dentro de... cem anos. Em 1996, a Confederação Helvética(Suíça) reconheceu sua responsabilidade moral, política e financeira acerca da Pró-Juventude encarregada de “proteger as crianças ameaçadas de abandono e vagabundagem”.
Mais de três quartos da população mundial de ciganos (12 a 14 milhões), vive nos países da Europa central e do leste. Mas só na Iugoslávia de Tito os Roma conseguiram ser reconhecidos como uma minoria com os mesmos direitos de croatas, albaneses e macedônios. Não obstante, depois do “reordenamento balcânico” que teve lugar no decênio de 1990, dez mil ciganos bósnios se refugiaram em Berlim.
Na Romênia os ciganos tiveram que sobreviver à ditadura de Ceausescu. O “socialismo real” reforçou os tenebrosos orfanatos que funcionavam desde a época da monarquia, e neles colocou a milhares de crianças Roma. Ceausescu caiu e o “livre mercado” foi mais duro ainda. As tendas de alguns ciganos, que tiveram sucessos econômicos com a liberalização da economia, foram saqueadas.
A deportação em massa de ciganos para Romênia e Bulgária, ordenada pelo governo do presidente francês, Nicolas Sarkozy, resulta particularmente perversa. Segundo país mais pobre da União Europeia, a população da Romênia é sumamente hostil aos 2 milhões de ciganos que ali vivem, e além disso mais de um governo que para cumprir com o FMI acaba de baixar 25 por cento o salário dos funcionários e subir o IVA a 24 por cento.
Em dias passados, o presidente romeno, Traian Basescu, chamou de “cigana asquerosa” a uma periodista e o canciller Teodor Baconschi declarou em fevereiro que “…algumas comunidades romenas têm problemas psicológicos (sic) relacionados com a deliquência, especialmente as comunidades ciganas”.
A situação dos ciganos na antiga Tchecoslováquia não levou à fúria como a romena. Até o momento da participação (1992), eram cidadãos. Depois, nem tchecos nem eslovacos os reconheceram como tais, apesar de haver vivido durante gerações no país.
Em julho de 1998, um cigano foi atacado e apunhalado por um skinhead(neonazi) em Pisek, pequena cidade ao sul da Boêmia checa. Pisek está situada a poucos quilômetros do campo de concentração de Lety, estabelecido pelos checos e só para ciganos, em tempos da ocupação alemã. E de Lety, eles eram enviados aos campos nazis de extermínio.
Por sua parte, os vizinhos da cidade eslovaca de Michalovce acabam de concluir um muro de 500 metros para evitar a passagem dos ciganos que habitam uma aldeia próxima. A obra recebeu o apoio das autoridades. Em finais de 2009, obras similares isolaram os ciganos nas cidades de Ostrovany, Secovec, Lomnicka e Trebisov.
E desta maneira o holocausto silencioso e consentido pelos cruzados da União Europeia, os meios de comunicação da “aldeia global” conseguem o que queriam. No 30 de agosto passado, a CNN informou de um assassino que matou oito pessoas, ferindo a mais 14 na Bratislava, capital de Eslováquia. Em parte alguma da notícia a CNN esclareceu que todas as vítimas eram ciganos.
Da civilização versus a barbárie, a barbárie da civilização.
Por José Steinsleger
Jornalista argentino-mexicano, colunista de La Jornada
Fonte: http://www.surysur.net/
Fotografia: Familia Aristich-Marcovich ao chegar ao Chile em 1918.
Mais informação sobre ciganos no Chile:
Ciganos: 1.000 anos de viagens no corpo
http://www.gitanoschile.cl/
gitanosdechile.blogspot.com
Ciganos do Chile
Fonte: La Jornada/El Ciudadano
http://www.elciudadano.cl/2010/09/09/el-holocausto-gitano-ayer-y-hoy/
Tradução: Roberto Lucena
Observação: quando fui traduzir o texto notei que já havia algumas traduções de parte do texto publicadas pela rede. Achei-as quando procurei pela tradução correta dos nomes de lugares que aparecem no texto(como "Simferopol"), por isso que esta tradução não é uma cópia de outras, e todas as traduções colocadas no blog, traduzidas pelos postantes, não são cópias. Sempre que houver/há uma cópia de algum texto/tradução há/haverá a citação da fonte, sendo que esta tradução é do texto completo. Eu o havia guardado pra traduzir depois e acabou não dando pra postar rápido, por isso que só o estou publicando agora

27 maio 2010

Dia Nacional do Cigano – Santo André

A Vice Prefeita e Secretária de Governo, Dinah Zekcer recebe homenagem dos ciganos - Foto por Júlio Bastos-PSA. (83)

O Dia Nacional do Cigano foi lembrado durante sessão solene realizada no plenário da Câmara Municipal de Santo André, nesta terça-feira (25). Com a presença da Vice-prefeita e Secretária de Governo, Dinah Zekcer - que representou o Prefeito de Santo André, Dr. Aidan Ravin - o evento foi marcado por homenagens, apresentações de dança e discursos que ressaltaram a liberdade e as tradições do povo cigano. A sessão, presidida pelo vereador e idealizador da iniciativa, Israel Zekcer (PTB), contou com a presença de lideranças da etnia da cidade e do Estado.

Ao usar a tribuna, a vice-prefeita destacou que a Secretaria de Governo, por meio do Departamento de Humanidades, tem se esforçado para fazer um levantamento minucioso de como vivem os ciganos na cidade, buscando implementar políticas públicas voltada para a comunidade.

Dinah destacou que ao realizar a II Conferência Municipal de Promoção de Igualdade Racial, em março de 2009, houve a solicitação da Câmara à realização de sessão solene anual, seguindo o Decreto Nacional de 2006, que institui o 24 de maio - Dia de Santa Sara Kali, a Padroeira Universal do Povo Cigano - como Dia Nacional do Cigano.

http://www.santoandre.sp.gov.br/bn_conteudo.asp?cod=4502

dia do cigano

Mais notícias:

http://www.dgabc.com.br/News/5812379/camara-de-sto-andre-fara-homenagem-aos-ciganos.aspx

http://redebomdia.com.br/Noticias/Dia-a-dia/21149/Ciganos+podem+ganhar+data+no+calendario

13 agosto 2009

A TRAJETÓRIA CIGANA



Os ciganos, ao longo de sua história, passaram por várias partes do mundo, dividindo-se em grupos, pois desde que saíram do Noroeste da Índia até chegaram à América, muitas foram as rotas e os destinos estabelecidos por este povo essencialmente nômade.

Atualmente, sabe-se que do Noroeste da Índia, os ciganos foram rumo ao Paquistão e dali seguiram para o restante da Ásia e para o Leste da Europa. Porém um grupo não saiu dessa região, tendo ficado no Deserto de Thar no Rajasthan, formando o clã conhecido atualmente como Banjara

Saindo dessa região os ciganos seguiram sua trajetória dando origem a outros grupos ciganos, subdivididos em clãs.

Socialmente são divididos em três grandes grupos: os ROM, os CALÓN e os SINTI, e estes se dividem em clãs menores, de acordo com suas famílias, cidades por onde passaram, ou mesmo por atividades desenvolvidas.
Historicamente, o primeiro grupo a se formar é o grupo ROM, mais numeroso mundialmente, atingindo os ciganos orientais, desde sua origem até a grande maioria dos ciganos europeus e de parte da Ásia.
Seguindo a rota cigana, alguns grupos conseguiram chegar ao Leste Europeu, atingindo uma das regiões mais frias do mundo: a Rússia. Exata situação torna-se o grande marco da história cigana, sendo um divisor de águas histórico-cultural, pois uma parte dos ciganos que saíram da Índia seguiram viagem rumo ao continente europeu por completo, outra parte voltou às origens. Mas os ciganos não andam em linha reta, eles vão passando por todos os lugares que vêem a possibilidade de trabalho, sendo assim passam pelo oriente,indo do Kasaquistão, Arábia, Turquia, Paquistão, até à parte Norte da África, na região do Egito e retornando a Índia
Os que voltaram a Índia, ficaram fazendo rotas no deserto do Rajasthan, esses ciganos são conhecidos como os Kalbelyias, Bopa, Dhoad, Bengali ,os Banjara etc.. e são chamados de Dom ou Domari.
Continuando a trajetória dos que seguiram para a conquista da Europa, os ciganos chegaram até a ponta oeste européia: a Península Ibérica. Neste ponto ocorreram dois fatos importantes: alguns ciganos passaram a fazer apenas rotas dentro da península, principalmente em regiões portuárias de Portugal e Espanha, dando origem ao grupo KALÓN. Outra parte do grupo voltou ao centro da Europa, vivendo nas regiões da Inglaterra, França, Alemanha, Itália, formando o grupo mais novo e menos numeroso dentre os povos ciganos: o grupo SINTI, caracterizado basicamente por receber influências dos outros grupos.
Assim se formaram os três grandes grupos ciganos e estes foram se dividindo em clãs, de acordo com suas necessidades e atividades.
A chegada dos ciganos ao Brasil

O Brasil foi colonizado por Portugal, em Portugal e Espanha existiam disposições régias proibindo entrada de ciganos em Portugal e que aqueles que lá estavam, se intentassem manter seus modos de vida e sua língua, deviam ser presos e expulsos para o Brasil. E assim se deu, muitos ciganos Kálons foram deportados para o Brasil nessa época.
Os Rons e Sinti começaram a chegar ao Brasil na época da abolição dos escravos, onde muitos imigrantes vinham em busca de trabalho, intensificando na época do Nazismo, onde muitos ciganos fugiram da Hungria, Romênia, Alemanha, Polônia, Rússia clandestinamente vindo pro Brasil.
Dessa forma, observa-se que os ciganos conquistaram todo o mundo de forma pacífica, levando a alegria e os encantos de sua cultura e suas tradições a todos que os aceitam como o são.
Texto de Dora Kavinsky, revisão Kalissa Aléxis

08 agosto 2009

ASTROLOGIA CIGANA

Taça


21/01 a 19/02
Está relacionado este signo a criatividade de seus nativos, bem como a sua excentricidade, otimismo e alegria. O amor de taça é forte, duradouro e sério baseado na confiança e amizade. Seu ponto negativo centra-se em serem contestadores natos, provocando, muitas vezes, discussões sem razão e que não levam a nada. No entanto, são humanitários, solidários e cheios de esperança.
Capelas
20/02 a 20/03
São seus nativos compreensivos, amorosos e românticos. No amor é discreto, carinhoso e sensível. Seu ponto negativo reside no fato de tenderem a desilusão, bem como a dependência afetiva e a solidão. Mas, são também cheios de humildade, compaixão e muito inspirados espiritualmente.
Punhal
21/03 a 20/04
Seus nativos são apaixonados, aventureiros e intensos. No amor é direto e sincero, desprovido de subterfúgios, adepto do amor a primeira vista. Sua negatividade está em sua agressividade e arbitrariedade, assim como em sua impulsividade. Contudo, são também dinâmicos, espontâneos e cheios de energia.
Coroa
21/04 a 20/05
O nativo de coroa ama intensamente e possui uma gratidão incomparável. É também requintado, produtivo e valoroso. Seu ponto negativo está em seus ciúmes desmedidos, rancor e possessividade. Porém, podem ser práticos e ter um grande senso estético.
Candeias
21/05 a 20/06
É curioso e interessado em aprender, comunicativo e versátil. No amor é calmo e pacífico, adorando jogo da paquera. Seu ponto negativo está em sua tendência a ser infiel e superficial. Entretanto, são inteligentes e sempre sociáveis.
Roda
21/06 a 21/07
Sonhador, romântico e afetuoso para com todos, este é o perfil do nativo de Roda – alguém dedicado ao amor. Sua negatividade reside em sua ansiedade, em sua tendência a lamentações e a chantagem emocional. No entanto, também são sensíveis, intuitivos e protetores.
Estrela
22/07 a 22/08
Seus nativos são imponentes, seguros e nobres. Mas também podem ser egoístas, narcisistas e orgulhosos ao extremo, especialmente no amor. Contudo, são também pessoas de grande caráter e cheios de alegria de viver.
Sino
23/08 a 22/09
São pessoas de grande concentração e de um profissionalismo ímpar. No campo afetivo ama poucas vezes mas sempre de forma duradoura e fiel. Seus pontos negativos estão em suas manias e seu hábito de criticar de forma cruel. Mas, também são organizados e perspicazes.
Moeda
23/09 a 22/10
Seus nativos são sociáveis, falantes e especialmente conciliadores. No amor é equilibrado, respeitador e companheiro. Mas podem ser também bajuladores, interesseiros e injustos. Porém, são pessoas elegantes e amigáveis.
Adaga
23/10 a 21/11
Possuem seus nativos um magnetismo enorme, assim como uma vitalidade incomparável. No amor são sensuais e ardentes, cheios de criatividade. Sua negatividade está em sua tendência a manipulação, ao rancor e a vingança. Mas também são generosos, líderes responsáveis e de grande fé.
Machado
22/11 a 21/12
Seus nativos são pessoas positivas, de bem com a vida e joviais. No amor é arrebatado e entusiasmado sempre. Seu ponto negativo está em seu deboche, humor ácido e exageros. Mas também podem ser idealistas, otimistas e cheios de espírito esportivo.
Ferradura
22/12 a 20/01
A sinceridade dos nativos e Ferradura é notável, assim como sua maturidade e honestidade. No amor é direto e cheio de verdade. Sua negatividade está em sua avareza, ambição desmedida e em sua tendência a frustração. Mas, estes nativos também podem ser pessoas de bom humor, elegantes em suas relações pessoais e conscientes.

Elaborado por Lyanka Alexys

14 julho 2009

Simbologia e Encantaria Cigana



Para os ciganos, a natureza é obra do Divino, é a manifestação de Devel(Deus), e por isso a respeitam. Eles valorizam as forças dessa natureza, e procuram utilizar as energias provenientes dela a seu favor.
Por isso muito se fala sobre a magia e a encantaria cigana, que nada mais é que a manipulação das energias provenientes dessa natureza.
Se utilizar dessa energia pro bem ou pro mal, vai da índole e propósito de cada um, por isso a um provervio cigano sobre isso:
"A sabedoria é como uma flor, de onde a abelha faz o mel e a aranha faz o veneno, cada uma de acordo com a sua própria natureza".
Os ciganos são considerados místicos, porque valorizam símbolos sagrados para eles, cada qual com sua representação como:
Coruja: representa a sabedoria, o enxergar através das trevas significa enxergar o que não se tem conhecimento, aquilo que se desconhece.
Ancora: É usada para trazer segurança e equilíbrio no plano físico, financeiro, e para se livrar de perdas materiais.
Chave: É usado para atrair boas soluções de problemas. É usado para mostrar as portas de abertura para um novo caminho, seja ele de amor, prosperidade, saúde, etc.
Estrela de 5 pontas: É usado para todos os tipos de proteções, sorte e sabedoria, representa o ser humano como um todo, o domínio do corpo da mente e do espírito, também conhecida como Pentagrama.
Estrela de 6 pontas: A estrela cigana é a de 5 pontas, a de 6 pontas representa o povo judeu. Representa a estrela de David, a alta magia – não necessáriamente refere-se a encantaria cigana.
Ferradura: Os ciganos têm a ferradura como um poderoso talismã, para atrair energia positiva e boa sorte. A ferradura representa o esforço e o trabalho. Muito utilizada atrás das tendas ciganas para atrair sorte e fartura.
Lua: A Lua é o símbolo utilizado pela Tchubane, representa também o Sagrado Feminino e a encantaria cigana no geral, já que a encantaria cigana é geralmente praticada por mulheres, para atrair percepção, o poder feminino, a cura e o exorcismo atentando sempre as fases: nova, crescente, cheia e minguante.
Moeda: Muito utilizada em magia de prosperidade, a moeda é associada ao equilíbrio e à justiça e relacionada à riqueza material e espiritual, para os ciganos cara é o material e coroa e espiritual.
Punhal: Simboliza a força,o poder, vitória e superação, O punhal também representa a honra do cigano.
Roda: a roda representa o caminhar, as mudanças. , podendo também representar o nosso ciclo de vida, morte e renascimento, é usada para atrair a evolução e o quilíbrio.
Taça: Simboliza união e receptividade, pois qualquer líquido cabe nela e adquire sua forma. As vezes significa também o ventre feminino.
Trevo: Trevo de quatro folhas: traz felicidade e fortuna.
Sol: Representa aquilo que é positivo, a liderança, o que é bom. Muito utilizado pelos Vaidas em suas carroças.
Assim como se utilizam dos elementos como fogo, água, terra, ar, nas suas danças sagradas para limpeza e energização de ambientes e do público.
As encantarias são feitos pelas Tchubane(feiticeira, curandeira), com elementos retirados da natureza para vários fins, como curas, prosperidade, justiça, limpezas astrais, harmonia, trabalho, negócios etc.
Então quando se utilizarem de alguma encantaria cigana, lembre-se de que está se ligando com o Divino, através das forças da natureza, e que o Divino é sagrado, então o respeitem e usem da sua sabedoria.
Kalissa Aléxis

12 julho 2009

Ser Cigano


Muito se diz sobre o povo cigano. Há sempre muita polêmica envolta de preconceito no que se refere a essa etnia, que na maioria das vezes nem é considerada etnia. Uns chamam de religião, outros de tribo, há quem chame de gente suja, ladrões, bruxos, contudo a verdade é única: essa etnia sofre preconceitos de todas as formas possíveis, seja qual for a nomenclatura utilizada, sempre nota-se um tom pejorativo, preconceituoso.
O fato mais lamentável nessa situação toda é que não só a “gadjença” lança mão desses termos, mas também alguns ciganos, que são tão ou mais preconceituosos que o povo gadjô.
Enfim, diante disso o que é verdadeiramente Ser Cigano?
É ter sangue cigano? Ou é seguir a tradição e a cultura desse povo milenar? É ter a alma e o coração ciganos?
Responder a essas perguntas realmente é muito difícil, pois mesmo dentro da própria etnia há controvérsias sobre essas questões. Sob a perspectiva antropológica e biogenética toda etnia é formada por pessoas que carregam as mesmas características, “mesmo sangue”. Sob esse aspecto é importante considerar que para ser cigano o fator primordial é ter sangue cigano. Porém a filosofia pregada dentro das tradições e da cultura considera que para ser cigano é necessário submeter-se aos rigores e seguir religiosamente todos os “mandamentos” dessa cultura riquíssima. Nos primórdios de sua existência, os ciganos nômades, assim como os atuais que ainda vivem em kumpanias (acampamentos) acolhem todos aqueles que necessitam de bem-estar, como moradores de rua, crianças abandonadas (daí a idéia de que cigano rouba crianças) entre outros que passam a ser ciganos pelo simples fato de estar inserido numa comunidade cigana e aceitar seguir rigorosamente a tradição.
Verdadeiramente, ser cigano vai muito além de apenas ser descendente de ciganos. Ser cigano significa honrar a Deus sobre qualquer coisa, dançar com alegria para agradecer ao Divino o dom da vida, é sentir-se livre para ir e vir, é festejar sempre, é lutar contra preconceitos, contra pessoas de má fé, contra todos aqueles que direta ou indiretamente tentam mostrar ao mundo que esse povo é maléfico. É sempre lutar contra as diferenças e ter força para ir adiante.
Contribuição Professora Dora Kavinsky

22 agosto 2006


O nazismo no século XX, retomou toda série de preconceitos, discriminações e perseguições dos séculos anteriores, tentando assim uma campanha de extermínio como nunca antes empreendida.Desde 1933, a imprensa nazista começou a acentuar que os ciganos e judeus eram raça estrangeira, inferior, e que teriam "contaminado" a Europa como um corpo estranho.As autoridades nazistas com o apoio da generalizada antipatia contra os ciganos, puderam facilmente percorrer a via do extermínio desse povo, associando sempre nos discursos e escritos o binômio judeus e ciganos. O primeiro grito de alarme oficial para o mundo cigano se fez ouvir a 17 de outubro de 1939, quando Heydrich, a mando de Hitler proibiu-os de abandonar seus acampamentos. Nos três dias seguintes, após recenseamento, foram transferidos para campos de concentração, esperando serem enviados à Polônia. Mas já em 1936 tinha começado para os ciganos a via sacra dos campos de concentração, ainda que com escopos diversos. Dachau foi um de seus primeiros campos de concentração. Eram internados com a qualificação de "elementos associais". Sofriam então medidas disciplinares duríssimas. Nesse ínterim a propaganda contra os ciganos se tornava sempre mais áspera. Em novembro de 1941 lançou-se o slogan: "Depois dos judeus, os ciganos!" A 24 de dezembro de 1941, o governador civil Lohse envia uma ordem reservada a todas as SS, afirmando que os ciganos são duplamente perigosos, tanto pelas doenças de que são portadores como pela sua deficiência, prejudicando assim a causa nazista. Ao termo do comunicado, a decisão: "Decidi portanto que sejam tratados como os judeus" (Carta de 7 de julho de 1942, no arquivo Yivo). A 25 de agosto de 1942, quando aumentaram as pressões sobre os ciganos, em um boletim do Comando de Polícia se lia, entre outras coisas que se dizia dos ciganos: "é pois indispensável exterminar esse bando integralmente, sem hesitar". Soldados nazistas prendendo cigana com uma criança no colo. Essas medidas disciplinares, encontradas em boletins, cartas e telegramas, apenas codificam uma praxe já iniciada: com efeito, desde 1941 tinham começado as deportações em massa dos ciganos. Chegaram a Lodz, em outubro de 1941, cinco mil ciganos, entre os quais mais de 2.600 crianças. Foram todos internados por grupos de famílias. Os testemunhos nos dizem que as janelas das barracas estavam quebradas, enquanto o inverno era extremamente duro. No campo não havia medidas higiênicas nem assistência médica. Duas semanas depois da chegada dos nômades, irrompeu uma epidemia de tifo, e em dois meses morreram mais de 6oo adultos e crianças. Os sobreviventes entre março e abril de 1942, foram deportados para Chelmo, e ali assassinados nas câmaras de gás.Desde então até 1946 se multiplicam os testemunhos: massacres coletivos, mortes individuais, tortura de todo o tipo, experimentos químicos e médicos dos mais cruéis. E todas essas crueldades ocorriam nos diversos campos de concentração. Eis os nomes de alguns desses campos: Auschwitz, Birkenau, Mauthausen, Rabensbruch, Buchenwald, Chelmno, Lodz, Dachau, Lackenbach, Sachsenhausen. Vamos agora examinar um pouco mais de perto o mais tristemente famoso desses campos: Auschwitz. A esse campo chegam ciganos de toda a parte, até aqueles para os quais não se podia prever de modo algum o confinamento.Alguns com efeito estavam em licença da frente militar, muitos tinham no peito condecorações de combate e no corpo feridas de guerra. Havia um só motivo para seu confinamento: serem ciganos ou terem algum sangue cigano. Chegavam ao campo homens, mulheres e crianças. Particularmente impressionante o depoimento sobre a retirada de crianças de Buchenwald, para serem levadas para Auschwitz. Eram crianças ciganas da Boêmia, dos Carpatos, da Croácia, do Nordeste da França, da Polônia meridional e da Rutênia.
Bárbara Richter, menina cigana, assim depõe: "Até os prisioneiros mais afeitos a esses horrores sentiram enorme tristeza quando perceberam que os SS iam tirar um por um os pequenos judeus e ciganos, reunindo-os em um só rebanho. Os meninos choravam e gritavam, tentavam freneticamente voltar para os braços dos pais ou dos protetores que tinham encontrado entre os prisioneiros, mas envolvidos por um círculo de fuzis e metralhadoras, foram levados para fora do campo e enviado para Auschwitz, onde morreriam nas câmaras de gás". Auschwitz. No campo de concentração nem todos eram enviados à câmara de gás, muitos iam para os trabalhos forçados. No capo estas eram as condições: "No setor cigano erguiam-se grandes cabanas com uma abertura à frente e outra atrás. Serviam como portas. Nos compartimentos internos achavam lugar a uma única mesa grande cinco ou seis pessoas. As condições higiênicas eram desastrosas quase não havia instalações sanitárias... Parecia um estábulo para cavalos, sem janelas... Os prisioneiros se moviam em meio a seus próprios dejetos até os calcanhares".Respondendo a uma observação, por insuficiência de calorias, um oficial comentou: "Mas no fundo são apenas ciganos!" Quem mais sofria eram as crianças... Como depôs alguém: " As crianças eram pele e ossos. A pele, em consequência, se enchia de feridas infecciosas. Por causa da falta d'água, as crianças chegaram a beber água servida; nas poucas vezes em que os cobertores eram lavados, vinham de volta para a enfermaria ainda molhados."As crianças sofriam de estomatite cancrenosa... parecia lepra...seus corpinhos iam se desfazendo, bocas espantosas se abriam nas faces, e lá dentro se podia observar a lenta putrefação da carne viva". Só no campo de Aushwitz, os ciganos regularmente matriculados foram 20.933, incluindo 360 crianças nascidas no campo de concentração, e que viveram o bastante para receberem número de matrícula.
A estes se devem somar mais de 1.700 ciganos mandados para a câmara de gás, assim que chegaram da Polônia em março de 1943, e que nem tinham recebido ainda o número de matrícula. Durante uma simulação de ataque aéreo noturno, foram todos mandados à câmara de gás, "por suspeita de serem portadores de tifo". Aos 29 de maio de 1943, 102 ciganos foram arrastados para fora de suas instalações e levados para a câmara de gás.
Esses testemunhos, que poderiam se multiplicar quase no infinito, culminariam no massacre final, narrado por quem assistiu à matança de quatro mil ciganos, no começo de agosto de 1944: "A sirena anunciou um princípio de um rigoroso toque de recolher. Os caminhões chegaram por volta das 20 h. Os ciganos tinham previsto o que estava para acontecer, mas os alemães fizeram de tudo para confundir as idéias: ao saírem dos acampamentos, os ciganos recebiam uma ração de pão e salame, e muitos assim acreditaram que se trataria simplesmente de transferência para outro campo". Podíamos ouvir, quando os últimos e horríveis instantes, irromperam no acampamento e se lançaram contra mulheres e crianças e anciãos, alemães armados e auxiliados por cães. De repente o ar foi rasgado pelos gritos de um garoto que em theco suplicava: Eu lhe peço, senhor SS, me deixe viver!" "A única resposta que teve foram os golpes de cassetete. Por fim, foram todos jogados, em montes, no caminhão e levados ao crematório. Houve ainda quem tentasse resistir, invocando a nacionalidade alemã" (Kraus e Kulka).
Prisioneiros ciganos em Dachau. Houve cenas de cortar o coração: mulheres e crianças se ajoelharam diante de Mengele e borger, gritando; "Piedade! Tenha piedade de nós! Em vão. Foram abatidos a coronhadas, pisados, arrastados ao caminhão, levados à força. Foi uma noite horrível, alucinante. Na carroceria foram jogados os que também já tinham morrido sob os golpes da clava . Os caminhões chegaram ao bloco dos órgãos por volta de 22h30min e ao isolamento por volta de 23hs. Os SS e quatro prisioneiros levaram para fora os enfermos, mas também 25 mulheres em perfeita saúde, isoladas com os respectivos filhos (Aldesberger,p.112-13).Por volta de 23hs chegaram outros caminhões diante do hospital, num só caminhão colocaram cerca de 50 a 60 presos e foi assim que chegaram até a câmara de gás. "Ouvi os gritos até altas horas da madrugada, e compreendi que alguns tentavam opor resistência. Os ciganos protestavam, gritando e lutando até a madrugada... Tentavam vender a vida a um alto preço (Dromonski, no processo por Auscwitz). Depois, Gober e outros percorreram os quartos um por um tirando dali as crianças que tinham se escondido. Os menores foram arrastados até os pés de Boger, que os agarrava pela perna e os jogava contra a parede... Vi esse gesto se repetindo-se umas cinco, seis e sete vezes(Langhein).A certa altura aproximou-se de mim um oficial SS e mandou que escrevesse uma carta que tinha por assunto "tratamento especial executado". Ele mesmo arrancou violentamente a carta da máquina, assim que terminei de datilografá-la. Quando se fez dia no acampamento, não havia de pé um só cigano (Testemunho Stenber-Longhein, 1965). As estimativas mais próximas falam de ao menos meio milhão de ciganos mortos e cerca de 6 milhões de judeus.
Sabemos que esses dados são inferiores às cifras reais, pois muitos foram mortos antes mesmo de serem matriculados. Artigo de Oswaldo Macedo ( Taro Caló), presidente de honra do centro de Estudos ciganos. Médico, foi professor de medicina na Sorbonne, tem formação beneditina e foi indicado para a Academia Internacional de Letras(RJ). Em seu livro Alemanha e Genocídio, o historiador Joseph Billig distingue três tipos de genocídio: por eliminação da capacidade de procriar, por deportação e por extermínio. No hospital de Dusseldorf-Lierenfeld foram esterilizadas ciganas casadas com não-ciganos, algumas das quais morreram por estarem grávidas. Em Ravensbruck os médicos da SS esterilizaram 120 meninas ciganas.Um exemplo do segundo tipo de genocídio foi a deportação de 5 mil ciganos da Alemanha para o gueto de Lodz, na Polônia. As condições de vida eram ali tão desumanas que ninguém sobreviveu.Mas o método preferido dos nazistas era o extermínio. A decisão de exterminar os ciganos, ao que parece, foi tomada na primavera de 1941, quando se criaram os Einsatzgruppen ou pelotões de execução. Povo antigo, porém prolífico e cheio de vitalidade, os ciganos tentaram resistir à morte, mas a crueldade e o poderio de seus inimigos prevaleceram à sua coragem. O amor à música serviu-lhes por vezes de consolo no martírio. Famintos e cobertos de piolhos, eles se juntavam diante dos hediondos barracões de Auschwitz para tocar música, encorajando as crianças a dançar. Há testemunhas da coragem dos ciganos que militaram na Resistência polonesa, na região de Nieswiez. Segundo elas, os combatentes ciganos se lançavam sobre o inimigo fortemente armado empunhando apenas uma faca. São decorridos 60 anos desde o genocídio dos ciganos. Já é tempo de denunciar esse crime abominável. Estas linhas pretendem tão somente evocar terrível injustiça cometida contra os ciganos.

Texto de Myriam Novitch, diretora do Museu dos Combatentes dos Guetos, fundado no Kibutz Lohamel Haghetaot por um grupo de sobreviventes do Gueto de Varsóvia.

http://groups.msn.com/CiganosAcaravanadeLuz/_whatsnew.msnw

17 julho 2006


Trechos da entrevista com o cigano Lourenço Ferraz do Grupo de Dança Cigana Amor Cigano De Florianópolis - Santa Catarina.
Alma cigana: Como é a violência que vivemos hoje em dia para povo cigano?
Lourenço Ferraz: os ciganos são os únicos povos na história que nunca fizeram guerras, nunca lutaram por terras, e nem com seus irmãos, nunca mataram em nome de Deus, mas nos mataram em nome dele. Queimaram nossas mulheres e jovens nas fogueiras da inquisição, escravizaram nossos homens nas gales dos navios, e na moldavia. Na segunda guerra mundial meio milhão de ciganos foram mortos nos campos de concentração e no entanto continuamos a cantar, dançar e a pregar o amor.
Alma cigana: O que representa a Taça para os ciganos?
Lourenço Ferraz: Através de símbolos, todo o manancial de encanto e magia pode se revelar com a dança cigana. E essa alquimia transforma em respeito as mais antigas e sagradas tradições, num clima envolvente de fascínio e mistério. O cálice simboliza a sabedoria e o conhecimento da verdade, derramando honras ao Divino, como um sacrário que habita em cada um de nós.
Alma Cigana: Fale sobre o seu grupo de dança.
Lourenço Ferraz: o nosso grupo de dança Amor Cigano de Florianópolis, que é coordenado por mim Lourenço Ferraz, é o único grupo no estado de Santa Catarina, a ser apoiado pelo Centro de Tradição Cigana do Brasil, que e filiado a UNESCO (União Cigana do Brasil), filiada a ONU e a INTERNACIONAL ROMA FEDERATION, que tem por objetivo resgatar e valorizar a saga e a cultura de um povo através da dança.
O Sr. Lourenço Ferraz é filho do cigano Jorge Nicoli - Presidente do centro de tradiçao cigana do Brasil
(kalissa -12/07/06)

03 julho 2006

Ser Cigano



Ser Cigano é respeitar a liberdade, a natureza e acima de tudo a vida
É viver e deixar viver
É ter a lucidez de saber esperar
É não esgotar todos os recursos
É preferir morrer com honra, do que viver desonrado
É ter como lema ser feliz
É agradecer as pequeninas coisas da vida
É dignificar seus velhos
É glorificar suas crianças
É respeitar os povos e as coisas que se desconhece
É nunca contestar a Justiça Divina
É acima de tudo amar e respeitar Deus e Seu filho
Jesus Cristo, nosso grande Mensageiro.


Rorarni / Mirian Stanescon

28 junho 2006

Machismo Cigano?


Machismo Cigano
O dito machismo entre as culturas ciganas é assunto bastante polêmico... Bom, o que podemos dizer é que, na maior parte das vezes, esta afirmação é verdadeira.
O homem ocupa a função de patriarca, de chefe da família, na maioria dos grupos ciganos, sendo que deve ser respeitado como tal. À mulher cabe o cuidado para com os filhos e o marido, assim como os afazeres domésticos. E, olhando por este prisma, realmente veremos a sociedade cigana como extremamente machista.
No entanto, ao encararmos por um outro ângulo veremos que também cabe ao homem cigano proteger a família, assim como ser o braço forte no âmbito familiar. Também este homem deverá ser a sua esposa não só fiel, como também ser seu apoio e segurança. Às mulheres cabe o papel de transferir ao marido e aos filhos a docilidade feminina, assim como incentivar o companheirismo e o amor familiar.
Vamos dizer que os papéis são muito bem definidos entre homens e mulheres e, que, de certa forma, pode-se concluir que o dito machismo cigano pode apenas tratar-se de uma questão de ponto de vista.
E você... O que pensa sobre isso?
(Lyanka Alexys)

Sobre Dança Cigana


A Dança Cigana

A dança cigana praticada tanto por mulheres, quanto homens é hoje uma mistura da danças de vários povos (espanhóis, árabes, hindús, russos, eslavos, etc), com os quais os ciganos tiveram contato, somados aos seus próprios elementos de bailado. A dança foi aperfeiçoando-se e ganhando mais e mais elementos, adquirindo assim um caráter único e incomparável.
Dentro do bailado cigano é priorizada tanto a feminilidade às mulheres, bem como a masculinidade aos homens dentro de cada estilo musical, de acordo com a procedência do cigano. É também um estímulo a sensibilidade, já que, o cigano dança expondo as suas emoções e sentimentos, expressando-os através de seu balé, encantando as platéias do Mundo todo com sua expressividade.
Fornece assim aos seus praticantes uma forma agradável de equilíbrio entre o corpo e a mente, aliando a atividade física ao trabalho positivo das emoções e da sensibilidade. Além da beleza da arte da dança cigana que, por si só, já é grandiosa.

Os Instrumentos na Dança Cigana

Em se tratando de dança cigana podemos observar o uso da vários instrumentos agregados ao bailado., variando de acordo com a procedência deste mesmo bailado. Estes instrumentos podem ter um caráter ritualístico ou não dentro da cultura cigana, representando sim, uma mensagem a ser passada seja ela emocional ou mística. Os mais comuns instrumentos que encontramos são:


- Cesto
- Tacho
- Véu
- Lenço
- Flores
- Pandeiros
- Espadas
- Punhais
- Xale
- Leques
- Incensos


O mais importante, no entanto, é frisar que a dança cigana pode ser praticada por adultos, crianças ou idosos já que facilmente adapta-se aos critérios de seus praticantes. É finalmente capaz de transmitir a beleza, a alma, a alegria da contagiante arte dos ciganos! Optchá!
(Lyanka Alexys)

Sobre Santa Sarah


Santa Sarah Kali
Santa Sarah é considerada pela maioria dos clãs ciganos a sua padroeira, a sua protetora, a sua defensora e mediadora junto de Deus. Também entre os meios gadjôs (não-ciganos) é esta santa bastante cultuada, sendo ou não admiradores da cultura cigana estes devotos. Prova disso é a grande peregrinação a região de Camargue, na França, em Les Saintes Maries de La Mer que anualmente ocorre durante o mês de Maio, quando no dia 24 e 25 é comemorado o dia de Santa Sarah. E isso a despeito do fato de Santa Sarah não ser reconhecida como santa pela Igreja Católica.Reza a lenda que Santa Sarah era uma escrava de origem egípcia, pertencente a José de Arimatéia e que junto de Maria Jacobé, Maria Madalena, Maria Salomé e Trofino tenham sido atirados ao mar em um barco sem remos ou provisões. Todos desesperaram-se mediante tal situação, enquanto Sarah clamou por Deus e à assistência divina, prometendo a Cristo que cobriria sua cabeça, em sinal de respeito, com um diclô (lenço) enquanto vivesse. Nascendo daí a tradição de que as mulheres casadas ciganas usem o diclô em reverência a união abençoada do matrimônio.Tendo, pois, aportado em segurança, às margens do Rio Ródano, atualmente a região de Saintes Maries de La Mer, cumpre Sarah a sua promessa. Também conta o mito de que Sarah, por sua intercessão, foi liberta por José de Arimatéia e dedicou seus dias ao cuidado para com os necessitados e enfermos e a pregar os ensinamentos e a doutrina cristã.A mitologia cristã de Santa Sarah foi unida a crença na deusa Hindu Kali, que em Romany(língua cigana) quer dizer “negra”, dada a sua origem egípcia. Daí surge a tradição das oferendas de alimentos, incensos e flores a esta santa, além das velas comuns a religião católica.É comum que nas casas e tendas ciganas exista um altar dedicado a Santa Sarah, destinado aos pedidos, às orações, a proteção do lar e da família, a prosperidade, bem como para que as energias positivas estejam sempre presentes. E nas slavas, festas religiosas, Santa Sarah ocupará o centro da mesa do festejo, em destaque, junto do manrô (pão), sal, frutas, água, vinho, tchaio (chá cigano) e flores, que posteriormente serão consumidos pelos convivas, imantados pelas melhores energias.
O Altar para Santa Sarah
Cada item que consta no altar a Santa Sarah tem uma significação especial, sendo que este significará a sua ligação com as energias superiores, com o Altíssimo. Em lugar sossegado de sua casa, utilize-se de uma toalha clara que simbolizará a pureza de sentimentos, pão (fartura), sal (defesa energética), vinho tinto (celebração da vida e saúde), água potável(descarrego de energias pesadas, bem como a representação do elemento água), chá cigano(fertilidade), 03 moedas (prosperidade), incensos (representação da energia do ar e do fogo), velas (fogo e ligação com o Divino), flores (doçura, paz) e frutas (especialmente maçã – que simboliza o amor em geral). As imagens são opcionais, bem como a utilização de punhais (abertura dos caminhos e corte de influências negativas) e dos cristais e pedras (potencializadores das energias positivas). Todos os elementos do altar deverão serem descartados antes que se estraguem ou assim que forem utilizados (como no caso do incenso e das velas).
ORAÇÃO DE SANTA SARA KALI
Sara, Sara, Sara, fostes escrava de José de Arimatéia, no mar fostes abandonada (pedir para que nada nos abandone: amor, saúde, felicidade, fé, amigos, dinheiro...).Teus milagres no mar se sucederam e como Santa te tornastes; à beira do mar chegastes e o ciganos te acolheram. Sara, Rainha, Mãe dos Ciganos, ajudaste e a ti eles consagraram como sua protetora e mãe vinda das águas. Sara, Mãe dos Aflitos, a ti imploro proteção para o meu corpo, luz para os meus olhos enxergarem até no escuro (pedir forças para os seus olhos, vidência), luz para o meu espírito e amor para todos os meus irmãos, brancos, negros, mulatos, enfim, a todos os que me cercam.Aos pés de Maria Santíssima, tu, Sara, me colocarás e a todos que me cercam para que possamos vencer as agruras que a terra nos oferece.Sara, Sara, Sara, não sentirei dores nem tremores, espíritos perdidos não me encontrarão e assim como conseguistes o milagre do mar, a todos que me desejarem mal, tu com as águas me fará vencer (quando a pessoa não está bem e querendo resolver algo muito importante, nesse momento, beber três goles de água).Sara, Sara, Sara, não sentirei dores nem tremores e continuarei caminhando sem parar, assim como as caravanas passam, no meu interior tudo passará e a união comigo ficará; e sentirei o perfume das caravanas que passam deixando o rastro de alegria e felicidade. Teus ensinamentos deixarás!Amai-nos Sara, para que eu possa ajudar a todos que me procurem, ajudados pelos poderes de nossos irmãos ciganos. Serei alegre e compreensiva(o) com todos os que me cercam.Corre no Céu, corre na Terra, corre no Mundo e Sara, Sara, Sara, estará sempre na minha frente.Assim como os ciganos pedem: Sara fique sempre na minha frente, sempre atrás, do lado esquerdo, do lado direito.E assim dizemos: somos protegidos pelos ciganos e pela Sara que me ensinará a caminhar e a perdoar.